A montadora italiana Fiat apresentou nesta sexta-feira uma oferta pelas atividades da GM (General Motors) no Brasil e na Argentina, como parte das negociações de compra das filiais europeias da empresa americana. A GM negocia a venda a Opel e da Vauxhall na Europa, a fim de reduzir seus custos para reestruturar a empresa e evitar a concordata. Segundo a fonte, que não foi identificada, a Fiat entregou um documento com uma oferta sobre a alemã Opel e a marca britânica Vauxhall, filiais da americana na Europal, mais as atividades da GM no Brasil e Argentina. Na quarta-feira, o grupo italiano já havia anunciado a oferta sobre as operações europeias da GM. Procurada pela Folha Online, a assessoria da Fiat disse que ainda não se pronunciaria sobre o caso. A GM, por sua vez, disse que não vai comentar a proposta, afirmando que todos os passos das negociações estão a cargo da matriz americana. A Fiat e a GM disputam a liderança do mercado no Brasil --são, respectivamente, a primeira e a terceira montadora, em volume de vendas de automóveis. Considerando a América Latina, a americana tem maior participação no mercado, com vendas que passaram de 1,2 milhão em 2008 veículos, enquanto a Fiat vendeu 700 mil unidades.
Montadora global
Com suas propostas agressivas sobre a GM, a Fiat busca se tornar uma montadora global, disputando mercado com a japonesa Toyota e a alemã Volkswagen. A italiana já demonstrou interesse na montadora sueca Saab, outra filial da GM, mas estas negociações acontecem separadamente, segundo um porta-voz do grupo italiano. A Fiat não está sozinha na concorrência pelas operações europeias da GM: o grupo austro-canadense Magna International, o fabricante de veículos russo Gaz Russia e a empresa belga RHJ International também demonstraram interesse em Opel e Vauxhall. No início de maio, uma fonte da indústria declarou que a Fiat ambicionava adquirir também as atividades da GM na América Latina. O jornal "Financial Times", que citou fontes ligadas ao caso, informou que o futuro destas atividades representava o principal ponto de discórdia nas negociações entre a montadora americana e a empresa italiana.
Em meio à negociação com a GM, a empresa de Turim também dá andamento a seu acordo de parceria com a Chrysler --a terceira maior montadora dos EUA, que pediu concordata no começo do mês.
Concordata na GM
A General Motors, a qual negocia a venda de marcas como uma das medidas para evitar sua falência, tem até o dia 1º de junho para apresentar seu plano de reestruturação ao governo americano. Até agora, a empresa já anunciou o fechamento de 2.400 lojas até 2010 e a demissão de 21 mil funcionários. A montadora já recebeu US$ 15,4 bilhões em empréstimos. Apesar disso, ainda diz que pode declarar quebra caso não receba ofertas suficientes para a troca de dívidas por ações. Segundo publicado nesta sexta-feira pelo jornal "The Washington Post", o presidente americano, Barack Obama, está disposto a declarar a concordata da General Motorsna próxima semana. Segundo o diário, "o governo dos EUA forneceria cerca de US$ 30 bilhões em ajudas à montadora para que possa prosseguir com sua reestruturação e emergir de forma rápida da moratória". O "Washington Post" acrescentou que a administração Obama também está se preparando para que a Chrysler abandone na próxima semana a situação de moratória em que se encontra desde abril.
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